Por Fabíola Sélis – Secom Gurupi
O projeto de um aplicativo sobre reciclagem da Escola Municipal Gilberto Rezende se destacou entre os mais de 180 projetos inscritos no Tocantins e mais de 3 mil, em todo o país
A conquista inédita da rede municipal de ensino de Gurupi, aconteceu com a participação do professor Luan Brito, da Escola Municipal Gilberto Rezende, na 2ª edição do prêmio Educador Transformador, realizado pelo Sebrae, Bett Brasil e o Instituto Significare.
O prêmio é voltado à educação empreendedora, reconhecendo e valorizando educadores que transformam ideias e criam respostas para problemas reais do cotidiano dos alunos, das escolas e suas comunidades. Ao todo, esta segunda edição recebeu 3.460 projetos, de escolas do Brasil. No Tocantins foram mais de 180 projetos em todas as categorias. E a escola Gilberto Rezende concorreu com mais de 50 projetos só na categoria ensino fundamental anos finais.
A premiação tem como objetivo reconhecer professores que tenham realizado projetos inovadores, focados na educação empreendedora, entre os anos de 2021 e 2023, vinculados a instituições de ensino.
Na categoria Ensino Fundamental – anos finais – o projeto de inovação tecnológica, apresentada pela escola, ganhou destaque e ficou em segundo lugar na etapa estadual. A premiação foi recebida pelo professor Luan, na cerimônia realizada no Palácio Araguaia, em Palmas, na noite dessa terça-feira, 2.
A prefeita de Gurupi, Josi Nunes, destacou que a iniciativa é uma oportunidade única de mostrar o importante trabalho dos educadores em prol de uma educação que vai além dos muros da escola. “Como é importante o papel do professor em sala de aula, esse prêmio mostra que uma escuta ativa pode se transformar em projetos inovadores que contribuem com a sociedade de um modo geral. E é isso que buscamos, valorizar e reconhecer essas iniciativas que destacam o trabalho desenvolvido com nossos alunos. Que seja inspiração para desenvolver mais projetos que transformam o ensino e nossa sociedade. Parabéns aos alunos, ao professor Luan, ao diretor da Escola Gilberto Rezende, Arizomar, pela oportunidade de desenvolver grandes ideias”, destacou.
Sobre o projeto inovador
Segundo o professor Luan Brito, que desenvolveu o trabalho em conjunto com as alunas do 9º ano do ensino fundamental, Yasmim Teles e Júlia Vitória, o projeto surgiu de questionamentos levantados pelos alunos, em sala da aula. “Eles começaram a questionar o que era feito com resíduos, como garrafas pet, alumínio, entre outros, que não são coletados pelo serviço de limpeza urbana. Os debates foram crescendo em sala de aula e então foi lançado um desafio: apresentar uma proposta para solucionar o problema e ao mesmo tempo pudesse atender os catadores, as empresas de reciclagem, a administração pública e o meio ambiente. E então foi pensado em um meio que pudesse informar a comunidade sobre onde e como descartar de maneira adequada esses resíduos (garrafas de vidros, latinhas, papelão, ferro, alumínio, etc). Com a ajuda do Sebrae, por meio da ALI – Agente Local de Inovação – nasceu o aplicativo Recicle+, com a proposta de reciclagem, comercialização e reutilização o lixo”, comentou.
“A gente sempre observa que em muitos locais da cidade sempre tem esse tipo de resíduo, principalmente garrafas pets, garrafas de vidro, e como não há coleta seletiva no estado, essa pode ser uma proposta viável, que não vai acumular lixo e ainda vai dar destinação correta com chance de lucrar, fazer renda extra”, disse Júlia Vitória.
Protótipo
O aplicativo ainda está em fase de protótipo, ou seja, ainda precisa ser montado. Mas ele já tem uma identidade visual, uma logomarca, um projeto de viabilidade econômica e também público interessado. O aplicativo deverá funcionar com um meio de negociação e informação entre comunidade (ensinando sobre como e onde descartar os materiais) e ainda informar catadores e empresas que reutilizam os materiais coletados, para realizar a negociação, a venda dos materiais.
Ainda segundo Yasmim Teles (uma das alunas integrantes do projeto), a intenção é garantir que os materiais sejam retirados do meio ambiente. “Com o aplicativo, funcionando basicamente como um aplicativo de transporte de passageiros, com mapa e cadastro das pessoas (sejam catadores ou empresas) vai ser possível identificar onde tem o resíduo, a foto desse material para atestar o estado do resíduo, em seguida é informado ao catador, que vai fazer o serviço de recolhimento e entrega até a empresa ou local destinado para receber o resíduo de maneira adequada. A ideia é cuidar do meio ambiente e ainda fomentar a economia local”, ressaltou.
Agora o passo mais importante é o apoio para que o aplicativo seja desenvolvido e disponibilizado para a comunidade. “Esse projeto já foi apresentado para a prefeitura, que também está avaliando a viabilidade com a secretaria de ciência e tecnologia, na execução desse aplicativo. Acreditamos que a proposta inovadora vai ser muito bem utilizada pela comunidade”, comentou o professor.
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