As ações estratégicas do Governo do Tocantins para a contenção do sarampo foram apresentadas pelo secretário de Estado da Saúde, Carlos Felinto, na 7ª Assembleia do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) em 2025. O evento ocorreu na quarta-feira,30, em Brasília e também foi marcado pelos depoimentos da Câmara Técnica do Conass de Atenção à Saúde, que aconteceu neste mês, no Pará, e reuniu representantes de todos os estados da Amazônia Legal.
Com o risco crescente de reintrodução do vírus do sarampo no Brasil, após conquistar, em 2024 o certificado de eliminação da circulação endêmica da doença concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde, o País agora observa com preocupação o aumento de casos em países vizinhos e a queda nas taxas de vacinação em seu território.
Segundo o titular da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), Carlos Felinto, “logo que soubemos da suspeita de casos, enviamos equipes que permanecem no município de Campos Lindos, reforçando o trabalho de conscientização e imunização da população. Além disso, recebemos a visita do Ministério da Saúde, quando questionamos sobre o controle da entrada de pessoas no País, sem vacina. É preciso tomar uma providência em relação a esse assunto tão sério para a saúde pública no Brasil”.
A presidente do Conass, Tânia Mara Coelho defendeu a adoção de medidas mais rígidas em relação à entrada de estrangeiros no Brasil. Segundo ela, é fundamental exigir comprovação de vacinação. “Sei que existe uma questão de turismo envolvida, mas acho que precisamos exigir a vacina. Falo isso como médica e acredito que devemos pensar seriamente na obrigatoriedade da vacinação para entrada no País”, afirmou. A presidente também destacou a importância de uma ação conjunta entre estados, municípios e governo federal. “Temos que ser mais firmes e decidir, em conjunto, maneiras de implementar essa exigência”, falou.
Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, o vírus do sarampo é o mais transmissível conhecido no mundo hoje e que o Brasil vive uma situação peculiar. “Temos uma boa cobertura vacinal para a primeira dose, mas a cobertura da segunda dose ainda é baixa. E o que está acontecendo no mundo? Mais de 120 países estão enfrentando surtos de sarampo, e ele está entrando no Brasil por diversas vias”, comentou.
Ela evidenciou que o país já teve casos importados em pelo menos cinco estados, com um ou dois casos confirmados em cada um. “Agora enfrentamos um problema específico no estado do Tocantins, onde está sendo feito um bloqueio. O Ministério da Saúde enviou uma equipe para atuar junto com as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, e estamos trabalhando para conter a situação. Isso porque, ao menor sinal de suspeita de sarampo, a ação precisa ser imediata”, afirmou.
Mariângela Simão falou que a vacina do sarampo é uma das vacinas mais antigas e está licenciada desde a década de 1960. “É uma vacina altamente eficaz e muito segura. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tem dito com frequência que vacinar é um direito da criança. Muitos pais hoje não tiveram sarampo ou não conhecem a doença porque, no passado, seus próprios pais os levaram para vacinar contra o sarampo e outras doenças”, declarou.
Na reunião foi feito um apelo para que os gestores alertem a população para que não negue esse direito às crianças e que os responsáveis procurem um posto de saúde e mantenham a carteira de vacinação em dia.
Amazônia Legal
Sobre a Câmara Técnica do Conass de Atenção à Saúde, o secretário executivo do Conselho, Jurandi Frutuoso destacou que foi a primeira vez em que o Norte se apresentou com tanta força e protagonismo, e isso marcou profundamente os técnicos do Conass. “No dia a dia, aqui na sede, muitas vezes ficamos presos em discussões técnicas, preocupados, debatendo portarias, e não temos tempo de pensar, por vezes, que o mundo fora desse ambiente também pulsa e com muita potência”, ressaltou.
Jurandi ressaltou a riqueza das apresentações realizadas por diversos estados. Segundo ele, cada apresentação revelou experiências exitosas, soluções criativas e um comprometimento concreto com o Sistema Único de Saúde (SUS). “Esse ambiente nos permitiu acolher, de forma genuína, a ideia de um SUS composto, um sistema que respeita as diferenças regionais e aprende com elas”, afirmou. Para ele, o intercâmbio entre as diversas realidades estaduais demonstra a potência da cooperação federativa e reforça a importância de um SUS plural, que valoriza a diversidade como motor de inovação e fortalecimento das políticas públicas.
O secretário adjunto da secretária de saúde do Pará, Adney Pareira, comemorou a grandiosidade do evento e enfatizou o olhar que a câmara técnica proporcionou para os envolvidos. “Nos fez enxergar a Amazônia com outros olhos. Ver nossa identidade refletida em cada debate, com a presença do nosso governador, reafirmando seu apoio à ideia de integrar a Amazônia respeitando suas especificidades, foi, por si só, um sinal claro de inovação. Mostrou que sim, é possível darmos as mãos”, declarou.
Proadi-SUS
Na reunião foi realizada uma pesquisa com o objetivo de conhecer a opinião das secretarias estaduais de saúde sobre o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), uma parceria entre o Ministério da Saúde e sete hospitais de excelência no Brasil, criado em 2009. O programa tem como finalidade apoiar e fortalecer o SUS por meio de projetos voltados à capacitação de profissionais, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada, conforme as demandas do Ministério da Saúde, Conass e Consems.
“Com base nos dados coletados nesta pesquisa, será possível identificar oportunidades estratégicas que orientarão o planejamento e a tomada de decisões para o próximo triênio. O levantamento de informações junto às 27 secretarias estaduais representa um diagnóstico abrangente e atualizado das principais demandas, desafios e iniciativas em curso”, disse o coordenador de Desenvolvimento Institucional do Conass, René Santos.
Segundo o representante executivo de Ações Integradas nos Hospitais, Rogerio L´abbate, é evidente que nenhum programa ou projeto pode ser executado com sucesso sem compreender a visão dos gestores de todo País. “Por isso, é motivo de grande satisfação ver todos participando desse momento, resultado de um processo de construção coletiva que se materializa em uma proposta estruturada e aplicada de forma concreta”, falou.
As iniciativas do Proadi-SUS têm abrangência nacional, com o compromisso de assegurar que os recursos investidos resultem em benefícios concretos para o desenvolvimento do SUS em todas as regiões do País.
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