A 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM) teve início na manhã desta segunda-feira (29) em Brasília, com o tema Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas .
Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou medidas adotadas desde 2003, no primeiro mandato do petista, como a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres, vinculada diretamente à Presidência da República, até as mais recentes, como a aprovação da Lei da Igualdade Salarial, e a criação do programa de Dignidade Menstrual.
O presidente Lula também relembrou com pesar da aprovação pelo Congresso Nacional do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, como tentativa de calar as mulheres.
"As mulheres sofreram um duro retrocesso. O golpe contra a presidenta Dilma Rousseff serviu não apenas para derrubar a primeira mulher a governar esse país. Foi também a tentativa de calar milhões de vozes femininas, porque o autoritarismo não apenas odeia. Ele teme as mulheres."
A ministra das Mulheres, Marcia Lopes, lembrou que desde a edição da anterior da CNPM, de 2016, até os dias atuais, o país passou por momentos de retrocesso. “Desde a última conferência, em 2016, enfrentamos anos de retrocessos, mas resistimos. E dessa resistência brotou ainda mais força trazendo-nos até a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres: um espaço de reencontro, de reconstrução e afirmação de que nada pode deter a presença organizada das mulheres.”
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Em pronunciamento por videoconferência, Dilma Rousseff, que atualmente é presidente reeleita do Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como Banco do Brics, lembrou que a abertura da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres foi seu último compromisso oficial, antes de ter que deixar o comando do Brasil, em maio de 2016.
"Este reencontro, quase dez anos depois, tem uma força ainda maior porque superamos um período de retrocessos de violência política e de ataque às conquistas democráticas. Lembro que a abertura da quarta conferência foi meu último compromisso oficial antes do golpe profundamente injusto contra a nossa democracia, mas a história mostrou que resistir vale a pena".
A ex-presidente ressaltou que a luta requer a participação plena das mulheres e valorizou a atuação delas. "As mulheres brasileiras, em sua diversidade, movem a economia, sustentam a democracia e garantem que as conquistas sociais cheguem a cada família. Reconhecer isso é afirmar que a igualdade de gênero é condição para que o Brasil seja justo, forte e verdadeiramente soberano."
Como mensagem para as participantes conferência, Dilma desejou que mobilização trace diretrizes capazes de transformar a vida das mulheres brasileiras.
"Nenhuma violência é tolerável, nenhum direito pode ser retirado. Somente com políticas construídas de forma coletiva conseguimos enfrentar as desigualdades, o machismo, a misoginia, o racismo e todas as formas de opressão”, frisou Dilma Rousseff.
Ao assinalar que a conferência é fruto de muitas lutas de muitas mulheres, a representante da Marcha das Mulheres Indígenas, JosyKaigang, também recordou que a última marcha das mulheres ocorreu sob a liderança da primeira presidente da República mulher.
Fato que também foi revisitado na fala da representante do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM), Iayalorixá Sandrali Bueno. Ela ressalta que a nova edição da conferencia é fruto de uma construção democrática possibilitada pela realização das conferências livres, regionais, estaduais e municipais, desde abril deste ano.
"Não chegamos aqui de repente. Carregamos o eco de assembleias lotadas, de rodas de conversas cheias de sabedoria, de plenárias onde a palavra circulava como benção, compromisso e responsabilidade".
A 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres será realizada em Brasília até quarta-feira (1º de outubro). Lideranças sociais e políticas debatem a construção coletiva de políticas públicas voltadas às mulheres.
Saiba a programação completa do evento .
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