A Comissão de Direitos Humanos (CDH) promoveu nesta terça-feira (4) uma audiência pública para discutir o diagnóstico e o tratamento da Síndrome do Nariz Vazio, condição rara que pode surgir após cirurgias nasais com retirada excessiva dos cornetos, estruturas que filtram, umidificam e aquecem o ar respirado. Como consequência, a pessoa pode sofrer com sensação de sufocamento, além de distúrbios do sono e psicológicos. O debate foi proposto pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), que destacou a gravidade dos sintomas e a falta de conhecimento médico da doença.
— Meu gabinete foi muito procurado e recebemos com muita sensibilidade e preocupação das pessoas que sofrem com essa síndrome, que é bastante debilitante. Ela envolve dificuldade extrema de respirar, dores, além de outros sintomas que trazem grande sofrimento mental e disfunção no sono dos pacientes. Afinal, a respiração é essencial para uma boa qualidade de vida e para uma boa noite, uma noite bem dormida — disse Mara.
A parlamentar lembrou que a síndrome ainda não possui código na Classificação Internacional de Doenças (CID), o que dificulta o diagnóstico e o tratamento. O debate na CDH, afirmou Mara, ofereceu uma oportunidade de dar voz aos pacientes e buscar avanços científicos.
O médico Márcio Nakanishi, representante da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, explicou que a síndrome é uma condição iatrogênica, ou seja, provocada por cirurgias nasais inadequadas, e destacou a importância da prevenção.
— A Síndrome do Nariz Vazio causa um paradoxo clínico: o paciente sente o nariz obstruído, embora a via aérea esteja amplamente aberta — afirmou.
Nakanishi reforçou que a cirurgia dos cornetos nasais não deve ser banalizada e defendeu maior preparo dos profissionais.
— A cirurgia não pode ser uma roleta-russa. Aprendemos a indicar uma cirurgia em três meses, a realizá-la em três anos, e a saber quando não fazê-la, em trinta anos. Essa sabedoria é o que pode evitar o sofrimento de tantos pacientes.
O conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Eduardo Lutaif Dolci, destacou que até mesmo entre especialistas a síndrome ainda é pouco conhecida.
— Dentre os próprios colegas otorrinolaringologistas, essa síndrome já não é tão bem reconhecida ou aceita. Imagine médicos de outras especialidades, que desconhecem totalmente o que é isso — declarou.
Dolci defendeu mais investimento em ciência e divulgação médica para aprimorar o diagnóstico e o tratamento.
— Falta pesquisa, falta investimento. Quando houver divulgação e investimento, surgirão soluções e novas propostas para abrandar o sofrimento dos pacientes.
A senadora Mara Gabrilli anunciou, ao fim da audiência, encaminhamentos para ampliar o reconhecimento e o enfrentamento da Síndrome do Nariz Vazio. Entre as medidas, está a apresentação de projeto de lei para criar o Dia Nacional de Conscientização da Síndrome do Nariz Vazio, que deve incentivar campanhas e debates Ministério da Educação, para que o assunto passe a integrar a formação médica em otorrinolaringologia.
A parlamentar informou ainda que pretende destinar emendas ao Instituto Butantan para fomentar pesquisas sobre reconstrução de tecidos nasais e terapias inovadoras. Além disso, será criado um grupo técnico com especialistas, proposto pelo médico Dário Antunes, voltado à prevenção e conscientização da comunidade médica sobre os riscos e cuidados relacionados à síndrome.
— Precisamos de uma rede de atenção especializada e da ampliação das políticas de prevenção e diagnóstico. Não podemos mais deixar ninguém para trás — concluiu Mara Gabrilli.

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